A leishmaniose é uma doença com alta prevalência em cães no país. O diagnóstico precoce da leishmaniose é fundamental para identificar se o animal está a sofrer da doença. Mas, afinal, o que é a leishmaniose?
O que é a leishmaniose?
A leishmaniose é uma doença causada pelo parasita Leishmania spp., transmitida pela picada de um flebótomo infectado. A leishmaniose é uma zoonose emergente, ou seja, pode afetar tanto os animais como as pessoas. O animal de companhia mais afetado é o cão. Outros animais como os gatos, as raposas e os roedores podem, igualmente, ser afetados.
Os sinais clínicos da leishmaniose podem variar e, embora seja uma doença sem cura, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado contribuem para o bem-estar do cão. Quer saber mais? Continue lendo!
A transmissão da leishmaniose
As mudanças de estação e o aumento das temperaturas tornam certos ambientes mais propícios para o aparecimento de flebótomos. Isto torna a transmissão do parasita se torne favorável. Desde que o inseto infectado pica, podem passar dias, meses ou até anos sem que se desenvolva nenhum sinal clínico.
Alguns cães estão infetados com o parasita, mas não desenvolvem a doença, pelo que o diagnóstico precoce da leishmaniose é necessário para distinguir entre cães doentes e infectados.
A leishmaniose pode afetar todas as raças de cães, e surge tanto nos machos como nas fêmeas, tanto em animais jovens como em idades avançadas. A presença de outras doenças ou tratamentos pode favorecer o desenvolvimento da doença.
Existem algumas raças de cães com predisposição para padecer da doença, tais como Boxer, Cocker Spaniel, Rottweiler e Pastor Alemão. Por outro lado, a raça Podengo Ibicenco é resistente à doença e dificilmente a desenvolve. A leishmaniose é endémica em Portugal e está presente em mais de 99países em todo o mundo.
Por este motivo, a prevenção e o diagnóstico precoce da leishmaniose são a chave para o controlo da doença. Existem várias medidas que podem ser tomadas para prevenir a doença, como coleiras, pipetas, repelentes, modificar os horários para passeios e atividades ao ar livre, e vacinação anual.
Os sinais clínicos da leishmaniose em cães
A leishmaniose canina pode manifestar-se com uma grande variedade de de sinais e sintomas clínicos. Estes são normalmente muito inespecíficos, sendo a perda de peso e as alterações cutâneas os sinais mais comuns.
Os possíveis sintomas da leishmaniose a que se deve estar atento são:
- Lesões cutâneas: são a forma mais comum de manifestação da leishmaniose. Podem-se observar descamações, crescimento anormal das unhas, úlceras, nódulos, prurido, queda de pelo e seborreia.
- Perda de peso e/ou diminuição do apetite.
- Lesões oculares.
- Diarreia crônica.
- Aumento do tamanho dos gânglios linfáticos.
- Hemorragias nasais.
- Leishmaniose cutânea, leishmaniose mucocutânea e leishmaniose visceral: a leishmaniose é uma zoonose que pode afetar tanto os animais como o homem. No ser humano, a leishmaniose é transmitida pela picada de fêmeas de flebótomos infectadas e existem 3 formas clínicas da doença.
Como saber se o seu cão tem leishmaniose?
Se identificou que o seu cão apresenta algum ou vários dos sinais mencionados, é necessário obter um diagnóstico precoce da leishmaniose o mais rapidamente possível para poder aplicar um tratamento se for necessário.
Para confirmar se o seu cão está infetado com leishmaniose, para além de um exame clínico e de uma análise ao sangue, o Médico Veterinário pode propor a realização de diversos exames:
- Testes serológicos para quantificar o nível de anticorpos e avaliar a resposta imunológica ao parasita.
- Teste rápido de sangue na clínica
- IFI ou ELISA de Leishmania spp. no laboratório
- PCR para observar a presença do parasita, através de amostras de sangue, medula óssea, lifonodos ou biópsia.
Embora o diagnóstico não seja simples, a detecção precoce da leishmaniose em cães é fundamental para iniciar um tratamento eficaz e melhorar o prognóstico da doença. O diagnóstico precoce é muito importante para tentar evitar a progressão da doença para estádios mais avançados. Além disso, diminui o potencial risco de transmissão a outros animais, reduzindo a carga parasitária do animal infetado.
Consulte um Médico Veterinário para obter conselhos sobre as medidas preventivas mais adequadas para o seu cão.
Se suspeitar que o seu cão apresenta sinais de leishmaniose, não hesite em marcar imediatamente uma consulta com um veterinário, para obter um diagnóstico exato e iniciar o tratamento da leishmaniose o mais rapidamente possível.
- https://www.elsevier.es/es-revista-farmacia-profesional-3-articulo-leishmaniosis-canina-una-zoonosis-grave-13013457
- https://www.anicura.es/consejos-de-salud/otros-animales/consejos-de-salud-para-mascotas/prevencion-y-diagnostico-precoz-los-principales-retos-frente-a-la-leishmaniosis-en-mascotas/