A presença de flebótomos, vectores da leishmania, nos lares é uma indicação do risco a que podem estar expostos tanto as pessoas como os animais de estimação que vivem com eles.
Até à data, foram realizados vários estudos entomológicos no sudoeste da Europa sobre a incidência de flebótomos que transmitem parasitas leishmaniais, mas a maioria deles apenas analisa a sua presença em zonas mais rústicas ou na periferia das cidades.
No entanto, foi recentemente realizado um novo estudo em Espanha, pela Universidade de Granada, que analisa a diversidade de espécies de flebotomíneos e a densidade do vetor em ambientes urbanos. Por outras palavras, foi estudada a sua presença nas habitações.
Que espécies de flebótomos são mais comuns nos lares espanhóis?
O estudo determina que os flebótomos mais recorrentes em habitações urbanas espanholas pertencem à espécie Sergentomyia minuta, seguida da Phlebotomus perniciosus, que tem uma densidade em habitações com doentes com leishmaniose recentemente tratados entre 0 e 108 flebótomos por armadilha luminosa/noite.
Especificamente, os investigadores concluem que o P. perniciosus está adaptado tanto a ambientes domésticos como a ambientes rurais, especialmente se estes tiverem matéria orgânica suficiente para alimentar as larvas.
Como é que os flebótomos se reproduzem?
As fêmeas precisam de sangue para amadurecer os seus ovos mas, tal como os machos, utilizam as plantas como principal fonte de energia e água. Deve ser dada especial atenção aos jardins, vasos e canteiros de flores nas zonas urbanas, muito comuns no sudoeste da Europa, uma vez que fornecem água e energia e servem de habitat para as larvas.
A prevenção é a chave
Numa reunião organizada pela LETI Pharma, o especialista Rogelio López-Vélez, coordenador da Unidade Nacional de Referência para as Doenças Tropicais do Hospital Universitário Ramón y Cajal de Madrid, sublinhou que na Europa só existe leishmaniose zoonótica (transmitida por animais).
Por este motivo, é de extrema importância estabelecer medidas para controlar a propagação da doença, garantindo a proteção dos animais. Algumas medidas preventivas recomendadas para evitar as picadas de flebotomíneos incluem a aplicação de pipetas - que devem ser aplicadas a cada 3 a 4 semanas -, o uso de coleiras antiparasitárias e o uso de sprays. Para além disso, é aconselhável evitar expor o seu animal de estimação durante o amanhecer e o anoitecer, e colocar redes mosquiteiras nas janelas da sua casa.
Encontre aqui tudo o que precisa de saber sobre a prevenção da leishmaniose e não se esqueça de consultar o seu especialista se tiver dúvidas.
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- Animal's Health (2022). La presencia de flebotomos vectores de leishmaniosis en hogares de España. Extraído de https://www.animalshealth.es/profesionales/presencia-flebotomos-vectores-leishmaniosis-hogares-espana